segunda-feira, 26 de março de 2012

Tecendo a felicidade


A felicidade, nós a tecemos fio a fio
usando os novelos do amor.
Porém, se com tristeza quiser cobrir-te,
teça com os fios do ódio, da preguiça e do rancor.

terça-feira, 20 de março de 2012

Pensar poesia


A poesia inundou a minha vida inteira
tudo agora está repleto de versos e rimas
meus sonhos são espumas e palavras
minhas alegrias são frases e estimas.

A poesia está nos guardados da minha alma
e ocupou dos sentimentos cada milímetro
como chuva que molha os cantos da terra
como onda de mar que o vento entrega.
Ela agora ocupa sem medo cada pedaço do papel
faz-se inteira aos olhos,não se importa em ser estrela
e ainda espera ansiosa o complemento que,
na verdade, vem do intento de algum leitor atento.

segunda-feira, 12 de março de 2012


Quero sentir o gosto da vida
com seus múltiplos sabores.
Provar, mesmo sem muitas receitas
o doce e o amargo que virá.
Vou viver, vou lambuzar-me
e assim de barriga cheia
agradecer todos os dias a Deus
pela oportunidade que Ele me deu.

domingo, 11 de março de 2012

Poesia


gosto de te completar para me sentir completa
explicitar os implícitos
ler o que não foi escrito
espiar as linhas só para identificar as entrelinhas
enxergar  no escuro para te decifrar
porque quanto mais busco, mais você dá
e nesse cobre descobre, percorro seus mistérios
esse é o meu passatempo favorito
se for preciso lanço mão de uma lupa
para obter uma pista e te descobrir
enxergando o que só o coração vê
palavra e sentido
poesia e sentimento
inseparáveis 
quero o confronto
quero ler


domingo, 4 de março de 2012

Um navio

                                                                            
     Sentada, na areia da praia, com minha filha, olhávamos para horizonte onde avistamos um navio. Minha filha logo perguntou:

     _ Mamãe, o navio anda para muito longe? – Perguntou assim, com seu jeito de criança. Ao que eu respondi prontamente:

     _ Há navios que fazem percursos maiores outros menores, mas no geral, percorrem grandes distâncias.

     _ Mãe, eles andam muito rápido ou devagar?

     _ Andam calma e lentamente, seguindo o percurso que têm a cumprir. Olhei para seu rostinho, e ela, para surpresa minha, fez uma comparação que eu não poderia imaginar. Ela, com seus nove anos.

      _ Ah, então, é igual a vida da gente. Os anos passam devagar, eu queria ter logo quinze anos.

       Anseios da idade, da vida. Falávamos de dois navios distintos. O que olhávamos, e naquela hora estava parado, e o outro, ofertado por Deus a nós para que executássemos nossas pequeninas, mas não menos importantes tarefas, nossa vida.

       _ Nossa! Esse navio pega muita chuva e sol, como aguenta?

      _ É, respondi meio triste, mas ele suporta, foi feito para isso.

      Continuávamos observando o navio, assim paradas. Devaneei, tem sido assim, geadas, ventos, chuvas muito fortes vêm sem que eu espere. Sinto-me fraca, penso que não vou suportar, mas no fim, suporto.  Ah, às vezes vem o sol para iluminar e o navio se faz forte.

       _ Mas ele para em algum lugar? Continuou ela.

       _ Para em vários lugares.

       _ Então, olha aí, parece que eu parei nos nove anos!

       _ Calma, não tenha pressa de envelhecer. É tão bom ser criança! Além do mais, daqui a um mês você completará dez anos.

       Parece que ela ficou feliz, satisfeita com o que lhe disse e resolveu sair. E eu fiquei com os meus pensamentos. Concluí que na vida fazemos paradas em estações tão diversas, podendo encontrar, pela frente, o inesperado. Em determinados momentos, os amigos e até os familiares, podem abandonar o navio e ele ter que seguir seu curso sozinho.

       Mas, então, lembrei-me de que Deus, criador e pai, estará sempre comigo. É importante que eu me fortaleça na fé e acredite que mais a frente haverá terra firme onde o meu coração poderá, enfim, repousar das dores da jornada.