sábado, 22 de dezembro de 2012

Doce espera


       
        Na vida estamos sempre esperando por alguma coisa. A vida é feita de esperas. Esperamos, por momentos de descanso, o final de semana, o feriado, as férias. Esperamos o aumento de salário, a festa ou o evento que quebrará a rotina. Esperamos reconhecimento no trabalho, mais momentos felizes, sermos surpreendidos mais vezes, mais carinho, mais brilho no olhar. Esperamos, esperamos, esperamos. Penso que toda essa espera é pra preencher os nossos vazios, que são muitos. E esperar quase sempre nos traz incontáveis ansiedades.

         Mas há uma espera, não menos ansiosa, é claro, mas que é tão doce, tão pura e simplesmente gostosa, que é a que por hora passo. A espera pela chegada de mais uma filha, companheira, amiga. É, estou na minha terceira gestação, tão aguardada quanto as outras, é claro. Essa espera de cada dia, hora, minuto, segundo, preenche minha vida, minha alma e minha casa, já não tenho mais onde pisar. São tantos os brinquedos espalhados pelo chão. Fico imaginando quando ela chegar para terminar de compor o trio.

         Isso dá sentido à minha vida. Adoro esperar enquanto você cresce, amadurece, fica pronta. Preparar a sua chegada, como chuva e sol preparam terra e semente pra mais uma colheita. É tempo de espera porque é você quem determina o momento certo para chegar até meus braços. Enquanto isso, vou emocionando-me com cada pé, cabeça, mão que desliza sobre meu ventre. Em cada canto da casa está a sua presença. Num, está o berço, noutro o armário cheio de coisinhas, noutro os brinquedos que já ganhou.

         Enquanto espero vou me fazendo nesse mar de alegrias, esperas e anseios, pudesse e me deitaria sobre esse oceano de contentamentos e me faria filha das águas. Quem sabe assim a felicidade permaneceria por mais tempo.

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012



Busco respostas para milhões de coisas.

Para entender por que, mesmo sem receber o retorno que eu espero em meu trabalho, ainda me emociono em determinadas situações com os meus alunos. 

Para entender por que, mesmo sabendo que vou passar várias noites sem dormir e que é difícil educar os filhos, ainda considero que ser mãe é a melhor coisa do mundo.

Para entender por que, mesmo sabendo que o mundo não vai mudar do dia para a noite, ainda acho que o amanhã será diferente.

Busco respostas para entender por que sempre espero o melhor da vida, mesmo quando tudo parece desabar.

Para entender por que, embora sempre procure ser uma pessoa melhor, continuo com o mesmo ciúme, a mesma explosão na hora da raiva, a mesma teimosia, a mesma vontade – às vezes – de jogar tudo para o alto.

Para entender por que, mesmo tão cansada, com a vida cheia de tribulações, ainda vejo esperança, ainda sinto que vale a pena viver.

É, quero viver intensamente cada instante, cada minuto da vida.

 

domingo, 5 de agosto de 2012

Plenos poderes...



         Concedo a você plenos poderes para fazer de mim o que quiser amar, abraçar, beijar, andar de mãos dadas. Fazer juízo, sem muito juízo. Endossar, tomar posse do meu coração, lavrar escritura. Concedo o direito de escrever na areia, no papel, na árvore palavras e frases bonitas. Comemorar aniversário, passear no shopping, andar de bicicleta no parque. Permito dizer que me amas baixinho ao pé do ouvido ou mesmo bem alto para os outros ouvirem, não me importarei com opiniões de terceiros. Pode abraçar-me sempre que achar necessário, dormir juntinho, acordar-me com um café da manhã. Ah... Eu deixo você levar-me para jantar, almoçar, lanchar, sei lá o que mais. Tudo para o bom andamento desta relação. E, é claro, comprar presente mesmo sem nada para comemorar.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ponto de tecer



Tecer não é tão fácil, às vezes erro alguns pontos, mas não desisto.
Prossigo tecendo assim mesmo, sei que no final me cubro de vida.
Há momentos em que a linha se enche de nós e tenho que desfazê-los.
Desmancho, quando o ponto fica feio.
Nunca tive que desfazer tudo, mas não tenho medo de recomeçar.
Gosto de tecer dia a dia essa vida, esse chão.
Quando terminar de tecer, não contarei o número de erros,
nem o número de vezes que tive de recomeçar
Olharei o resultado final e pronto.
Tecer vida, tecer sentimentos, tecer inúmeros momentos.
Eis o que quero fazer...




terça-feira, 8 de maio de 2012

Luta


Mas na luta da vida aprendi a amar.
Amar abraços, sorrisos,
caminhos desmedidos.
Amar a própria arte de lutar,
- pela vida.


Amar a vida com seus acertos e tropeços,
o trabalho que nos faz melhorar,
os olhos da criança quando se põe a brilhar
por um simples instante de aconchego,
- na vida.


Porque amar também se aprende,
se aprende no sofrer, no querer melhorar.
Mas também se aprende na vontade
de amar, de amar por amar,
- a vida.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Caminhos


Os nossos caminhos são traçados por nós mesmos.
Nós é que decidimos a direção,
se seguiremos reto ou em curvas,
se pegaremos atalhos...
O fato é que seremos responsáveis,
no porvir, pela alegria ou aflição.
O que se descortinará a nossa frente
depende exclusivamente do que hoje
pensamos, fazemos e desejamos.
Portanto, descubra onde está teu coração.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Gosto de tudo em você


Gosto de tudo em você
da sua voz, da sua presença
de compartilhar vida, filhos, lar
de querer estar sempre onde você está.
de dividir sonhos, alegrias, esperanças,
mal humor e algumas discordâncias.
Gosto de dormir e acordar a seu lado
Comemorar aniversário, passear...
Gosto quando me abraça e me enleias,
Gosto quando me prepara um jantar,
mesmo não sabendo cozinhar.
Acordar um pouco mais tarde no feriado,
ou mesmo, acordar cedo para trabalhar...
Com você suporto o frio, as tempestades,
pois fortaleço-me no seu olhar.
Gosto quando se esforças para alegrar-me,
quando incentiva-me a avançar, a crescer,
a ser mais do que hoje sou
ou a permanecer onde estou.
Estou bem quando estamos em harmonia.
e feliz quando ao seu lado compartilho o bem.
Se no domingo acordamos cedo, por uma opção
que é mais minha do que sua, não é só meu coração
que agradas, mas o dos outros também.
E é justamente por acreditar na sua capacidade de renovação
que permaneço ao seu lado.
Eu vejo seu esforço em acalmar-me,
em rever comportamentos
para que tudo fique a contento.



  .

terça-feira, 10 de abril de 2012

Perfeição


Num desses dias estive pensando na perfeição Divina.
Para cada coisa que existe - inclusive as que nós criamos - Deus criou outra que a completa, que a preenche, que a acompanha ou que a soluciona.
Para os lábios, fez o sorriso.
Para os olhos, o brilho da surpresa.
Para o coração, a oportunidade de amar.
Para cada janela que se abre o sol a brilhar.
Para a mulher, as bênçãos da maternidade, se não dos seus filhos, dos filhos do abandono.
Para o homem, a paternidade.
Para a religião, a fé.
Para cada dia de intenso trabalho, uma noite de sono e descanso.
Para a solidão, os amigos queridos.
Para a tristeza, o novo dia.
Para o erro, a arte de recomeçar.
Para a dor, o lenitivo do perdão.
Para discórdia, a calma da prece.
Para a família, a oportunidade de renovação.
Para o desespero, o reconforto.
Para as dificuldades, a coragem para enfrentá-las.
Para o caminho, a escolha sobre qual direção seguir.
Para a ansiedade, o trabalho purificador.
Poderia ficar aqui horas e nada seria suficiente para dar conta da grandeza de Deus. E ainda nos achamos no direito de reclamar, reclamar e reclamar.


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Conhecendo-me


Há momentos em que me sinto sozinha.
Sozinha em minhas palavras, pensamentos,
sentimentos, opiniões e é exatamente neste
momento que descubro-me, desnudo-me,
desvendo-me, percebo-me frágil-forte, humana.
Papel prestes a romper quando molhado.
E sinto que é necessário ficar sozinha algumas vezes,
pois nessas horas, de mergulho em minha própria
consciência, conheço-me um pouco,
adentro minha alma - pássaro cativo que
anseia voos de liberdade - e posso transformar-me,
renovar-me, rever ideias e sentimentos
para prosseguir firme não importando os contratempos.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Uma esperança


Tentei cobrir-me de esperança,
mas ela estava tão pequena,
que me deu vontade apenas
de voltar a ser criança.

Quando tudo olhava com alegria,
passeava pela inocência, enchia-me de ternura.
Eu queria estar de volta a minha rua,
para encontrar novamente aquela euforia.

Brincar sem preocupações e achar graça
das piadas que nunca entendia.
Sonhar com príncipes, andar descalça...

O tempo passou... sabia que este dia
chegaria, trazendo madureza, exigindo raça 
para enfrentar a vida e, quando vierem, suas agonias.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Tecendo a felicidade


A felicidade, nós a tecemos fio a fio
usando os novelos do amor.
Porém, se com tristeza quiser cobrir-te,
teça com os fios do ódio, da preguiça e do rancor.

terça-feira, 20 de março de 2012

Pensar poesia


A poesia inundou a minha vida inteira
tudo agora está repleto de versos e rimas
meus sonhos são espumas e palavras
minhas alegrias são frases e estimas.

A poesia está nos guardados da minha alma
e ocupou dos sentimentos cada milímetro
como chuva que molha os cantos da terra
como onda de mar que o vento entrega.
Ela agora ocupa sem medo cada pedaço do papel
faz-se inteira aos olhos,não se importa em ser estrela
e ainda espera ansiosa o complemento que,
na verdade, vem do intento de algum leitor atento.

segunda-feira, 12 de março de 2012


Quero sentir o gosto da vida
com seus múltiplos sabores.
Provar, mesmo sem muitas receitas
o doce e o amargo que virá.
Vou viver, vou lambuzar-me
e assim de barriga cheia
agradecer todos os dias a Deus
pela oportunidade que Ele me deu.

domingo, 11 de março de 2012

Poesia


gosto de te completar para me sentir completa
explicitar os implícitos
ler o que não foi escrito
espiar as linhas só para identificar as entrelinhas
enxergar  no escuro para te decifrar
porque quanto mais busco, mais você dá
e nesse cobre descobre, percorro seus mistérios
esse é o meu passatempo favorito
se for preciso lanço mão de uma lupa
para obter uma pista e te descobrir
enxergando o que só o coração vê
palavra e sentido
poesia e sentimento
inseparáveis 
quero o confronto
quero ler


domingo, 4 de março de 2012

Um navio

                                                                            
     Sentada, na areia da praia, com minha filha, olhávamos para horizonte onde avistamos um navio. Minha filha logo perguntou:

     _ Mamãe, o navio anda para muito longe? – Perguntou assim, com seu jeito de criança. Ao que eu respondi prontamente:

     _ Há navios que fazem percursos maiores outros menores, mas no geral, percorrem grandes distâncias.

     _ Mãe, eles andam muito rápido ou devagar?

     _ Andam calma e lentamente, seguindo o percurso que têm a cumprir. Olhei para seu rostinho, e ela, para surpresa minha, fez uma comparação que eu não poderia imaginar. Ela, com seus nove anos.

      _ Ah, então, é igual a vida da gente. Os anos passam devagar, eu queria ter logo quinze anos.

       Anseios da idade, da vida. Falávamos de dois navios distintos. O que olhávamos, e naquela hora estava parado, e o outro, ofertado por Deus a nós para que executássemos nossas pequeninas, mas não menos importantes tarefas, nossa vida.

       _ Nossa! Esse navio pega muita chuva e sol, como aguenta?

      _ É, respondi meio triste, mas ele suporta, foi feito para isso.

      Continuávamos observando o navio, assim paradas. Devaneei, tem sido assim, geadas, ventos, chuvas muito fortes vêm sem que eu espere. Sinto-me fraca, penso que não vou suportar, mas no fim, suporto.  Ah, às vezes vem o sol para iluminar e o navio se faz forte.

       _ Mas ele para em algum lugar? Continuou ela.

       _ Para em vários lugares.

       _ Então, olha aí, parece que eu parei nos nove anos!

       _ Calma, não tenha pressa de envelhecer. É tão bom ser criança! Além do mais, daqui a um mês você completará dez anos.

       Parece que ela ficou feliz, satisfeita com o que lhe disse e resolveu sair. E eu fiquei com os meus pensamentos. Concluí que na vida fazemos paradas em estações tão diversas, podendo encontrar, pela frente, o inesperado. Em determinados momentos, os amigos e até os familiares, podem abandonar o navio e ele ter que seguir seu curso sozinho.

       Mas, então, lembrei-me de que Deus, criador e pai, estará sempre comigo. É importante que eu me fortaleça na fé e acredite que mais a frente haverá terra firme onde o meu coração poderá, enfim, repousar das dores da jornada.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012


O céu de um azul tão lindo parece sorrir
Como pode o estado íntimo mudar o olhar?
Será que é porque, enfim, tirei aquelas correntes?
Não mais nuvens pesadas, nem céu cinza.
Só o coração leve.
Sinto agora o vento balançar os meus cabelos,
Convida-me a sorrir e eu entrego-me.
E pensar que o céu, o sol, o vento sempre se derramaram.
Navego, então, nesse oceano de sensações,
Respiro compassadamente e sinto esse momento.
Permito-me ficar, silenciosamente.
Hoje a felicidade resolveu permanecer.
Por quanto tempo? Não sei, não importa.
O hoje é o meu instante.   


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Tempo


Todos os dias coisas escorregam das mãos
Como água que desce pelo ralo
Como folha que cai com o outono em vento


O tempo atravessa a noite
E pela manhã não me reconheço no espelho
Quem é aquela que me espia?
Já não caibo nos meus sapatos e roupas
Não uso mais aquelas tranças


Tenho que me acostumar com essas marcas em meu rosto
E pisar esse chão que não secou
Hoje percebo que crescer exige esse esforço de vida
Esforço que farei
Vida que tecerei
Colcha que me cobrirei
Hoje o vento está zunindo, zunindo...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


O que me aconteceu?
A poesia me inundou e me envolveu.
Parece que estou louca, acordo às três da manhã e vou para os meus pensamentos
Pesada, só me alivio quando descarto os sentimentos.
O que é isso? Essa sou eu? Não me reconheço.
Estou mais intensa,  e com uma imensa vontade de não mais parar...
Quisera fugir? Nas palavras?
Ou a imensidão da vida me agarra, tira-me do simples e põe-me na algazarra das idéias, dos sentimentos?
Agora tenho que escrever, já não me pertenço. Sou tua, poesia, pode chegar mais, pode me conter!


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pequenos gestos



Se você me convida para jantar sem ter nenhum motivo
Se me acorda com um beijo
E de repente segura a minha mão daquele jeito
Se me espera ansioso, sem culpa nem castigo.

Se não tem pressa de ir embora
Se ao se sentar à mesa do café, me olha nos olhos
E me traz um presente simples, e embala meus sonhos
São motivos para que, suspensa, eu perca a noção da hora. 

Sinto a mesma vontade de você, como na primeira vez em que nos vimos
Nada mudou, continuo querendo acordar e me envolver nos seus instintos
Viajar juntos, gostar das mesmas coisas, assistir a um filme e rir das piadas bobas
E descobrir que a vida, embora não seja tão simples, é para ser vivida, é estar absorta.

Nos pensamentos
Nas palavras
Na fantasia
Na vida
No ser.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Refazer

Aquela dor passou, como um trem que segue seu destino.
Estou pronta para levantar e recomeçar.
Tecerei uma colcha bem bonita, unirei os pontos, forrarei os vãos do caminho.
Não, não vou me acovardar. Vou em frente
Sei que em nenhum lugar da estrada estarei sozinha.
Eu ainda me pergunto em que ponto nos perdemos.
Tracei linhas, desenhei curvas, usei as tintas da harmonia. 
Mas a estrada nos mostrou caminhos diferentes.
E agora não prosseguimos mais juntos.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Leve


Hoje o dia me pediu para sorrir mais, para ser folha que balança com o vento, me deixar levar.

Eu respondi que tinha medo, que era perigoso demais. Ele, então, me falou: ‘o que é viver, se não correr riscos? Viver é perigoso mesmo, mas vale a pena,’.

Pediu-me, então, para confiar, que chorasse quando quisesse, mas que depois enxugasse as lágrimas e sorrisse.

Concordei, mesmo com inseguranças e medos.

Hoje eu estou feliz porque fui folha. Pude enfim ver o maravilhoso da vida.


sábado, 21 de janeiro de 2012

A felicidade


Vem meu amor, vem ser feliz.
Não a desprezes. Ela está tão sôfrega correndo atrás de você.
Caminha pelas ruas a sua procura
Onde quer que você esteja lá está ela tentando se mostrar.
Te cutuca, tropeça em você.
Ela é tão bonita, tão afoita, tão sua.
Sabe quem é ela? É a  felicidade e é tão pura.



 


Arrisque-se


Construir casas de vidro, 
acomodar-se para não correr riscos.
Deixar a felicidade passar até não alcançar mais os rabiscos
do que um dia foi sonho e desejo secreto
Foi o que fiz, sempre.
Não ter medo de arriscar e tentar ser feliz.
Mudar o que for preciso,
Para que ela chegue aos poucos, nos amigos novos, nos momentos que hão de vir.
É o que farei
E que venha o novo trazendo junto o gostinho da ansiedade.
Chegue felicidade!
Quero deixar para trás os meus desgostos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012


Pode até parecer atrevimento, mas nunca pensei em desistir.
Já quis dar um tempo, respirar, gritar.
Já quis ficar sozinha algumas vezes, mas desistir, nunca.
Já quis brigar contra coisas que considero injustas,
já me senti um sapato, bem velho, encostado no canto escuro da casa, mas nunca pensei em deixar para trás tudo que me motivou até aqui.
Há mais sol em mim do que posso supor.
Há mais brilho, mais cor, mais vida, mais esperança...
Há amor
Isso me impulsiona a prosseguir.





 


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

As palavras


         Há infinitas maneiras de brincar com as palavras, mesmo não havendo nada que eu fale ou escreva que alguém já não tenha escrito ou falado. O bom é que não há assunto esgotado, portanto prossigo. Prossigo jogando, inventando novas formas, novas combinações, mesmo que ao escrever as palavras soem incompreensíveis para mim e para os que as leem. Estranhas, desajeitadas, elas são essencialmente fascinantes.                              

          Dou-me por vencida, não consigo mais parar. Deve ser tão triste não escrever, ser privado do essencial, do que é vida. Sim! Palavra é vida, porque é sentimento, é expressão de guardados profundos, de sonhos.  Com as palavras eu posso fabricar o que quiser: um dia inteiro só de sorrisos, um arco-íris de infinitas cores, um coração que só sabe amar, mãos que jamais ferem, palavras que nunca magoam. Eu posso criar você sempre me amando. E posso me fazer sempre de bom humor (Ah! As palavras podem tanto...). Posso fabricar mais alegria do que tristeza no mundo. Posso fazer poesia, artigos, receitas, notícias... escrevo porque existo, e existir é tão bom!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Infância


Voltando à minha infância,
Lembro-me do pé de manga que havia no quintal
Nele subia e descia
Sob sua sombra me esquecia...


Olhava para o alto... céu, pássaros, estrelas
Contava e lia histórias
Conhecia personagens e letras
Encontrava paz, silêncio, memórias.


É, preciso reviver, nem que seja na lembrança
O meu antigo pé de manga.
Pois, nele também estava, o melhor da minha infância.


domingo, 8 de janeiro de 2012


Talvez...
de todas as alegrias,
de todos os instantes,
de todas as vivências e experiências adquiridas ao longo do caminho,
conquistar e  cultivar o amor seja o que mais me encanta e motiva nesta vida. Momentos ao lado dos que amo serão sempre inesquecíveis para mim,
o amor representa o que há de melhor no mundo...
o azul do céu,
o amarelo que sobra do sol,
o verde das plantas,
o galo que canta no quintal do vizinho,
as aves quando buscam alimento para os seus...
São apenas algumas das imagens que vêm à cabeça quando penso no amor.

   


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sugerido instante

O encontro, o olhar, o gesto.
O salão, a dança, o toque.
O beijo, o instante perfeito.
A música, a dança, os corações.
O sabor, o inesquecível, o olhar
Os encontros e desencontros.
A semente lançada, O sentimento.
A saudade querendo ficar.
O amor, o gesto, o olhar.
E nesse instante eu quero ficar.



Eu



Pode até tentar, mas não vai me desvendar!
Eu sou meio atravessada, assim... do avesso.
Sou desconcertante, desconcertada. Nem adianta tentar.
Imagem embaçada. Fotografia desbotada.
Palavras atravessadas na garganta.
Sentimentos guardados. Gestos recolhidos.
O escuro!
Eu sou a sua neblina!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Travessia

                                     "Eu atravesso as coisas - e no meio da travessia não vejo!"
                                                                                                         
                                                                                                                       (J. Guimarães Rosa)